Salta, na Argentina: como fazer o free walking tour

Um dos passeios que mais gostamos de fazer quando vamos para cidades históricas se chama free walking tour. Uma caminhada de graça e guiada por pessoas locais que nos apresentam os pontos turísticos, históricos e interessantes do local onde estamos. Em Salta, no norte da Argentina, foi uma ótima escolha. Ficamos apenas dois dias e queríamos aproveitar tudo.

O free walking tour de Salta começa às 10h e acontece de segunda a sábado, sempre em frente a Catedral. Por duas horas, um guia – que você pode escolher em espanhol ou inglês – acompanha o grupo de turistas pelos principais pontos turísticos da cidade, contando um pouco de cada um, dando dicas e mostrando a beleza da cidade.

Para começar: Salta significa La Linda e super combina com a cidade, capital da província argentina de mesmo nome. A cidade teve grande importância para a Argentina no período colonial, pois servia de passagem para os colonizadores vindos de Lima, no Peru, rumo a Buenos Aires. E manteve seu aspecto colonial, principalmente na região central.

O tour começa na Plaza 9 de Julio, que se tornou com o tempo o ponto principal da cidade em termos de comércio. E ali mesmo já podemos conhecer a Catedral Basílica de Salta, Museu de Arqueologia de Alta Montanha, Museu de Arte Contemporânea e o Cabildo.

A Plaza 9 de Julio, onde o tour começa
A Catedral de Salta foi decretada monumento histórico nacional em 1941
Cabildo: sede do governo entre 1626 e 1888

Depois de alguns minutos na Plaza, vamos caminhando pelo centro histórico e chegamos em um dos prédios mais antigos da cidade – e mais bonitos, na minha opinião – a Igreja de São Francisco, preserva o estilo barroco, com cores fortes e cheia de contrastes. A unica torre da igreja tem mais de 50 metros de altura e possui um interior lindíssimo. Ganhamos uns minutos por ali para apreciar a obra.

A fachada da igreja de São Francisco impressina

Mais uns minutos de caminhada chegamos no Convento San Bernardo, onde antigamente era o primeiro hospital da cidade e hoje hospeda algumas freiras que vivem enclausuradas. Ou seja: elas não possuem nenhum contato com o mundo aqui fora, exceto quando autorizadas a conversar com a família por uma pequena janela. A arquitetura do local impressiona. A porta principal foi feita a mão em 1762 e doada por uma família muito rica da época.

O Convento foi o primeiro hospital da cidade
O grupo de turistas acompanham o guia – escolhemos em inglês

O legal do passeio de graça foi a interação entre os colegas aventureiros e o conhecimento de cada ponto que conhecemos. Depois do Convento ainda fomos caminhando pela avenida General Guedes, que faz homenagem ao general nascido em Salta que comandou uma guerrilha na revolução pela independência da Argentina. Ele tem um monumento em um parque – acabamos não indo, mas vale a pena conhecer se você tiver mais tempo na cidade.

Detalhes do passeio desta charmosa cidade

Duas horas e muita informação depois, terminamos o free walking tour na Plaza Manuel Belgrano, onde tem o prédio da primeira cadeia de Salta e hoje funciona um departamento do governo.

No Instagram mostro os detalhes do passeio, me segue por la!

Depois do passeio, tem mais uma dica!

Fomos almoçar em um dos restaurantes recomendados pelo guia no tour e seguimos para conhecer o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, que preserva corpos de crianças sacrificadas pelo povo inca cerca de 500 anos atras. Isso mesmo: temos acesso – sem fotos autorizadas dentro do museu – ao trabalho arqueológico de pesquisadores que encontraram esses corpos em 1999 no alto do vulcão Llullaillaco, na fronteira da Argentina com o Chile.

A exposição, chamada de Filhos do Llullaillaco, impressiona. Deixa a gente sem ar e nossa imaginação voa longe para tentar entender a cultura, sempre com respeito. Vale muito a pena. Podemos ver as crianças e também objetos enterrados com elas nos rituais incas.

As três múmias não ficam expostas ao mesmo tempo e ganharam nomes em forma de respeito: La Doncella, de 15 anos de idade; El Niño, de 7 anos de idade – esses que conseguimos ver – e ainda tem a e La Niña del Rayo, de 6 anos, que foi atingida por um raio e tem parte do rosto e roupas queimadas. O museu fica aberto de terça a domingo e por ali podemos conhecer um pouco mais da cultura andina.

Fotografei a foto da exposição do lado de fora. Dentro não podemos fotografar

O que você precisa saber antes de ir:

Dinheiro: o recomendado pela galera que faz esse free walking tour acontecer é você dar um valor em dinheiro como forma de reconhecimento pelo trabalho do guia. Essa valor não é fixo e você entrega no final do passeio.

Calor: como fomos em dezembro de 2019, foi necessário muita água, roupa leve e tênis confortável. Mas o trajeto foi bem tranquilo e o passeio recomendo para toda família – menos para quem tem bebe de colo. Acho um pouco cansativo para os pequenos.

Onde ficar: ficamos no hostel Prisamata e conto tudo sobre ele aqui.

O que fazer na região: AMEI conhecer Purmamarca e Salinas Grandes. Clica aqui para ver.

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