Quando me perguntam sobre lugares para conhecer no Rio Grande do Sul, o Templo Budista sempre entra na lista. Ele fica em Três Coroas, cerca de 30km de Gramado, na Serra Gaúcha. É um espaço tranquilo, com natureza e quietude abundantes. Na minha opinião, é muito além de religião, crenças ou tradições… é um espaço para sentir o coração e repensar a vida.
Conhecido também como Khadro Ling, o Templo Budista de Três Coroas foi fundado em 1995 pelo mestre tibetano Chagdud Tulku Rinpoche. Ele foi o responsável por trazer o budismo para a América Latina, até então quase desconhecido. O mestre construiu no RS uma réplica do templo chamado Zangdog Palri, que fica em Kogpo, no Tibete.
A ideia de Chagdud era promover ensinamentos espirituais e meditação, mas com o tempo o templo passou a receber turistas de diferentes lugares do Brasil e até de outros países. Todos que passam por lá, se impressionam com as grandes e belas estruturas tibetanas. Além de toda paz e silêncio do local. Hoje, o templo é um grande ponto turístico no RS, mas também um local de orações e meditação por quem pratica ou não o budismo. Quem visita, se encanta com as rodas de oração, construções com detalhes em cores vibrantes e estátuas trazidas da Ásia.
Para chegar, é preciso andar em um trecho pequeno de estrada de chão. Você vai se deparar com um portão com porteiro eletrônico, onde é preciso se identificar: informar a placa do carro e a quantidade de pessoas. O passeio não tem custo para visitantes (em excursão precisa pagar uma taxa) e o estacionamento também é gratuíto. Fomos duas vezes: na Páscoa de 2017 e 2018 e o espaço estava lotado.
Comece o passeio em uma sala pequena, a direita do estacionamento, onde um vídeo resume a história do budismo e do templo. Depois você pode caminhar pelos prédios, orar e admirar com calma a beleza do lugar. Por ficar no alto de uma montanha, o templo tem um mirante lindo, onde a gente consegue ver a cidade e parte da serra. A dica é ir com um calçado confortável e visitar o templo em dias de sol, quando parece que tudo fica mais bonito e vibrante.
Nas duas ocasiões, não conseguimos entrar no templo principal porque estavam acontecendo cursos de meditação. Para entrar neste espaço, desligue o celular, não toque nas estátuas e entre descalço ou de meias. Este prédio é destinado à realização de orações, meditação e oferendas. Práticas de meditação são oferecidas aos domingos, às 8 horas, para a comunidade.
Depois de assistir ao vídeo, caminhamos pelo pátio entre as construções. Tem jardins, flores, pequenas fontes de água e alguns bancos. Esse caminho é enfeitado com bandeiras coloridas. Nestes pedaços de tecidos estão mantras e orações oferecidas ao universo. Eles acreditam que essas palavras têm o poder de cura e que o vento leva estas energias boas para longe, para o mundo. Eu também acredito!
Caminhando pelo jardim, você chega ao Jardim das 21 Taras, que abriga estátuas de pedra esculpidas na Índia, que foram trazidas de lá direto para o templo. Tara é a representação do Buda feminino, que abriga energias poderosas de salvação. Os budistas acreditam que ela afasta os medos e barreiras das pessoas e atende as orações de forma rápida. Que assim seja!
O colorido em cada detalhe chama a atenção. Tudo foi pintado a mão e as pinturas representam a história de Buda. As maioria das estátuas vieram da Ásia e a gente se arrepia com o respeito e o silêncio do lugar. É possível encontrar monges e jovens que moram ali. Eles dão cursos e aulas de meditação, além de cuidar do templo. Ah, e o templo sobrevive de doações e também da venda de camisetas e outros produtos na única lojinha do local.
Você pode, também, visitar a Casa das Lamparinas, um espaço para orações a quem já faleceu ou quem precisa de uma ajuda espiritual. É possível oferecer uma lamparina para pedir luz para você ou sua família. Custava R$ 2,50 em abril de 2018. Tem as estátudas, a parte interna de cada construção e também os detalhes em cada porta e janela.
Um dos meus locais preferidos são as rodas de oração, envolvidas por mantras que emanam boas energias e proteção. Elas giram sem parar, 24 horas por dia, ao som de um sino. O Budismo acredita que movimento delas gera energia que o mundo precisa. Em silêncio, você caminha tocando as rodas e fazendo sua oração.
Namastê!
Local e horários: O templo fica na Estrada Linha Água Brancas,1211 | Três Coroas-RS. O telefone é (51) 3546-8201. O horário de funcionamento é: quartas às sextas, das 9h30 até 11h30 / das 14h às 17h. Sábados e domingos, das 9h00 até 16h30.
Como chegar: No site do templo você encontra todas as informações de como chegar de carro saindo de Porto Alegre ou de Gramado, aqui
Mais informações:
- É proibido fumar em qualquer parte do templo
- Você pode ficar por lá quanto tempo quiser, respeitando o horário de atendimento
- Existe uma loja onde é possível comprar livros, incensos, mantras, mandalas e lembranças. Ali também ficam os banheiros e é possível comprar água.
- É de graça apenas para carros de passeio
- Não há restaurante e hospedagem aos turistas.
- Grupos de excursão com mais de 10 pessoas devem pagar uma taxa e agendar o horário de visitação.
E mais: Tem um post sobre o Paque de Lavanda, que fica parto de Gramado também. É lindo e gratuito o passeio. Olha aqui.