Como viajar de carro com bebê

Como viajar de carro com bebê

Vamos falar a real: vai ter problema. Por mais planejamento que você faça, sempre algo vai sair de outra maneira. Com ou sem filho. Seja um pneu furado, uma dor de barriga, o dente do bebê nascendo no meio das férias. Quando me perguntam sobre como viajamos com o Benício, quando ele tinha nove meses, do Rio Grande do Sul até a Bahia, mais de 7 mil km, de carro e com a Lulu – nossa boxer – digo a verdade: sabendo lidar com os imprevistos. Por isso escolhi cinco dicas para ajudar na sua aventura – a última é a que eu mais gosto – MAS, antes disso quero te contar o que aprendi até agora, depois de rodar mais de 10 mil km com o Beni no carro. Vamos lá:

Beni e Lulu saindo do Rio Grande do Sul, em abril de 2022, para chegar na Bahia

Primeiro: depois da chegada do Beni aquela frase “você não tem controle de nada” ficou estampada na nossa vida. A gente faz o planejamento com muito mais detalhes, mas aprendemos que não temos controle de tudo. Ou melhor: temos controle de quase nada. Seja em casa ou na estrada. Por isso, antes mesmo de arrumar as malas, pergunte a você mesmo e a todos que estarão no carro, como vocês lidam com os imprevistos. Eles vão surgir, você precisa saber disso e não entrar em desespero. É necessário, para dar certo, manter a calma e levar tudo de forma mais leve e divertida.

Segundo: os planos são feitos para serem mudados. Então se você está ok para os imprevistos e quer viajar com crianças, esteja preparado para mudar a rota se necessário. Ou ficar um dia a mais no hotel, ou lidar com a criatividade na hora do engarrafamento que não estava no plano. Mudar o planejamento faz ainda mais sentindo quando falamos de viagens com crianças.

Terceiro: “sua vida vai mudar completamente e você nunca mais vai fazer nada”. Nossa vida mudou completamente, sem dúvida nenhuma. Mas para melhor. Carregar essa ideia que não poderíamos mais viajar porque ele estava conosco, pesou muito nas nossas costas até pegarmos a estrada. O Beni viajou 900 km com 15 dias de vida. Já foi de carro até a Bahia e voltou quando tinha 9 meses. Gosta de estar conosco em diferentes lugares. Porque proporcionamos isso a ele, porque viajar faz parte de nós. Assim como ele faz parte da família.

E aqui o mais importante: precisamos adaptar para aproveitar. Não existe maternidade perfeita, nem viagem sem perrengue e nem família de comercial de margarina. Mas quando existe a intenção de fazer dar certo, o resultado é segurança, autonomia e experiência. Sempre acreditando na força do amor, da diversidade e do respeito.

Beni feliz da vida depois de 3.500 km de carro até chegar em Trancoso, Bahia
E para chegar até lá, muita parceria e paciência

1 – Tempo dentro do carro

É importante saber que a viagem vai levar mais tempo que o normal. Terão mais paradas e todas elas serão mais longas. Então, a gente sugere não ir tanto pelo aplicativo do mapa x tempo. Exemplo: antes eu e o Xande fazíamos 850 km em 11 horas. Depois do Beni, a mesma viagem levou 14h ou até mais. Sim, é bastante tempo dentro do carro, mas temos uns truques: sempre saímos de madrugada, lá pelas 3h, quando o Beni está dormindo e seguimos por 4h sem parar. Depois que ele acorda, paramos para o café e aí as paradas são de duas em duas horas. Um pouco mais, um pouco menos. Se é uma estrada que não conhecemos, fizemos a mesma distância em dois dias.

Outra questão importante é pesquisar antes de sair de casa quais os postos de combustíveis com atrações para crianças. Eles existem, mas não são muitos. Organização do horário, rotas e picos de movimento nas cidades quando precisamos passar por uma delas, como São Paulo, é fundamental. Por mais que façamos paradas necessárias, sempre tentamos evitar horários de movimento em grandes cidades. E tentamos, sempre que possível, não anoitecer no carro. O final de tarde pode assustar o bebê, que não tem noção do tempo.

E quando a gente fala de tempo, é importante lembrar que viajamos de férias. Mesmo que seja em um final de semana, mesmo que seja para visitar alguém. Acalmar a criança de dez em dez minutos faz parte da viagem e não cobrar um comportamento de adulto em um bebê ou criança.

Posto de gasolina com área para crianças é tudo de bom

Dica 2: Como distrair o bebê

A principal diversão do Beni nas viagens é a Lulu ao lado dele. Ele brinca com ela de dar comida, fazer carinho e até faz um mini cabo de guerra com algum lenço. O bom, se você tiver animal de estimação que viaja junto, é fazer essa socialização. Um ajuda o outro.

Duas sacolas: uma de brinquedos preferidos, outra de brinquedos surpresas. Exemplo: caixa de óculos vazia, um chocalho feito de garrafa de plástico com pedrinhas e bem colado na tampa, um pompom de pelúcia, alguma corda ou fitas amarradas em um pedaço de madeira. O legal dos brinquedos preferidos é que as crianças se sentem seguras por identificarem o que estão recebendo no carro. O mais legal dos brinquedos surpresas e sensoriais, é que eles não conhecem e se divertem com as formas e texturas diferentes. Eles prestam atenção nos detalhes do novo.

Além disso, muita música: cantada pelos pais e ouvida na rádio. No nosso caso, sempre cantamos músicas que gostamos de ouvir – não apenas as infantis – porque chama a atenção. E aqui entra uma dica especial: sempre com muita mímica e caretas. Eles amam!

Lembre-se que dentro do carro eles enjoam muito mais fácil dos brinquedos e, antes de sair de casa, vale dar uma estudada em brincadeiras verbais como esconde, esconde com um lenço, ursos de pelúcia que contam histórias, contar quantos caminhões aparecem e já associar às cores. Use a imaginação da sua criança interior e se jogue na brincadeira dentro do carro.

Escolha brinquedos de acordo com a idade do seu bebê

3 – Remédios para o bebê

Falar com pediatra do seu bebê. Não tem como garantir que a criança não ficará doente, mas tem como entender o que fazer se algo acontecer. Então, para viagens de longas distâncias, com bastante dias fora de casa e para lugares onde você vai encontrar clima e alimentação diferente, minha dica é converse com o pediatra. Pode até ter uma farmácia dentro do carro, mas antes disso: mostre seu plano para o médico do seu filho.

4 – Como fazer as refeições?

No carro com Beni aos 9 meses (não comia nada de sal): bolsa térmica com ervilha cozida, ovo cozido, batata doce assada. Uva passa, frutas picadas e refrigeradas, banana. Aveia, canela em pó e algum bolo feito em casa sem açúcar e sem sal, mas com farinha. Já levei até um frango desfiado bem armazenado para o primeiro dia de estrada.

Quando chega no hotel ou pousada, descarto algumas coisas que passaram o dia na caixa térmica e organizo dentro do frigobar o que posso usar no dia seguinte. Quando vamos ficar mais dias em uma mesma cidade, vou no mercado e compro frutas e coisas que ele pode comer de lanche.

No café da manhã sempre pedi para fazer um ovo sem sal para o Beni e todos os restaurantes aceitaram meu pedido com carinho. Depois dele fazer um ano, comecei a dar pão de queijo de lanche, também. Esses comprados em posto de gasolina. E começamos a parar para almoçar em restaurantes nas estradas. Quando vamos em um restaurante, sempre vejo o cardápio antes e já escolho o que o Beni vai comer. Se precisar pedir algo diferente ou especial – peixe grelhado sem sal, por exemplo – eu peço sem vergonha!

Lembre-se: se a sua alimentação vai mudar na viagem, a dos pequenos também vai mudar. Beni não come todos os grupos alimentares quando estamos na estrada. E está tudo bem. Tentar dar ao máximo uma alimentação saudável e mais próxima de casa é necessário, mas saber que isso nunca será igual, evita auto cobranças e frustrações dos pais.

Beni comendo dentro do carro (parado!) omelete com espinafre e alho feito em casa
Desde pequeno preparamos uma sacola térmica com coisas gostosas para ele

5 – Sem culpas, por favor

Já me falaram que que quando nasce uma mãe, nasce uma mochila de culpas nas nossas costas. Isso é papo para outro momento, mas posso dizer escolhi quais culpas carregar. Principalmente em viagens. Nossa vontade de pegar a estrada continua e, para isso, fizemos algumas adaptações. Sair mais cedo, demorar mais para chegar, confiar mais na intuição, fortalecer a conexão com seu filho ou filha. Fazer uma viagem de carro em família tem perrengue, mas também tem memórias afetivas sendo construídas.

Parar de se culpar se teve choro no restaurante ou se não comeu super saudável em um dia. Parar de se culpar se levou mais tempo na estrada ou não conseguiu ir no barzinho badalado da cidade. Parar de não achar graça nos imprevistos. Isso tudo deixa a viagem mais leve.

E é esperado que se mude a rotina quando está longe de casa. Isso faz parte de viagem com criança. O ambiente é diferente, a curiosidade aumenta, o mundo se torna enorme aos olhos dos pequenos. E não é isso que queremos? Construir memórias baseadas em histórias de amor e diversão? Então, arrume as malas, pegue os pequenos e boa viagem!

Desde pequeno, na estrada

Aqui você pode ler sobre Cunha, em São Paulo, onde levamos o Beni e a Lulu.

Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, o Beni também conhece. Veja as dicas.

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