O que mais eu achei legal e interessante em Santiago do Chile foi o passeio até a Concha y Toro, a maior produtora de vinho do país. Nas duas vezes que estive na cidade, em 2013 e em 2018, fiz a visitação. Os vinhos da degustação são muito bons e, mesmo se você não bebe, vale pelo lugar: cheio de jardins, lagos e parreirais.
A Concha y Toro foi fundada em 1833 e exporta vinhos para mais de 100 países, inclusive o Brasil. No total, a vinícola tem 12 marcas e possui produção em diferentes lugares do Chile e também em outros países, como os Estados Unidos. Um dos vinhos mais conhecidos no mundo deles é o Casillero del Diablo.
Em Valle del Maipo, em uma área afastada do centro de Santiago (cerca de 40km) e perto da Cordilheira dos Andes, existe a mais antiga vinícola da marca. É um dos passeios mais famosos da cidade e você pode ir por conta, com agência de turismo ou com o serviço do hotel.
A vinícola oferece dois tipos de tours: o Marques Casa Concha, que é mais caro, mais longo e mais aprofundado no assunto da produção de vinho e o Tour Tradicional. Eu fiz só esse segundo e recomendo! Em março de 2018 este tour custou quase 100 reais.
Durante pouco mais de uma hora que leva o Tour Tradicional, degustamos três vinhos, que mudam conforme a época do ano que você vai, mas sempre são bons. Caminhamos pelo espaço entre os jardins, visitamos a adega Casillero del Diablo, conhecemos um pouco do processo de produção. É algo bem comercial, mas que vale a pena pela experiência e pela combinação: vinho x lugar.
O tour começa passando por um caminho coberto de folhas e logo de cara a gente se surpreende com o jardins ao redor da casa amarela. Esse casarão era onde a família de Don Melchor, fundador da vinícola, passava o verão. Hoje o local é parte do escritório da marca e um pequeno museu com as peças da família. Por alguns minutos o guia conta a história e nos deixar tirar fotos. O local tem árvores de diferentes lugares do mundo. Olha que lindo:
Logo depois dos jardins, chegamos na sombra de algumas árvores para a primeira degustação. O copo que você recebe neste momento, fica com você até o final e vem para a casa contigo, também. Ele é um brinde do tour e uma forma de propaganda da marca. Boa sacada, né?
A primeira degustação é de um vinho branco. Lembro que no verão a gente aprecia um bom Sauvignon Blanc um pouco gelado, na sombra das árvores. O vinho super combina com o clima e com a paisagem. Em cada degustação o guia nos conta mais sobre a uva do vinho e a mistura de sabores.
Mais uma caminhada leve e chegamos ao jardim de variedades: uma área onde existem 26 diferentes tipos de uva cultivadas pela marca. Especialmente a carmenere, que é uma uva especial e só produzida no Chile por conta do solo e da temperatura do país.
O guia nos explica a diferença de algumas delas e, se você for em fevereiro até começo de abril, pode provar as uvas neste espaço. Quando estive lá em 2018, consegui provar e sentir o sabor de cada espécie e uva… so toma cuidado com as abelhas. Ali também acontece a segunda degustação e bebemos um carmenere desta vez. Em poucos minutos vamos para a parte interna, mais especificamente na bodega do famoso Casillero del Diablo. Podemos caminhar pelo subsolo, onde eles armazenam as garrafas e ali escutamos um vídeo que conta a lenda do nome do rótulo.
Diz a lenda que por muito tempo Don Mechor registrou furtos de garrafas de vinhos da sua propriedade. Pensando em uma forma de espantar os ladrões da adega, ele espalhou pela região que o diabo habitava o interior da adega e assombrava quem entrava lá sem autorização. Assim, o medo se espalhou e ninguém mais teve a ousadia de roubar os vinhos.
A última parte da visita é num salão onde podemos fazer fotos de barris antigos, ver fotos e apreciar mais um vinho muito bom: Terrunyo. Em uma hora podemos ter uma pequena noção da produção e conhecer mais a história da marca. Vale a pena!
Dali, caminhamos até a loja onde é possível ver todas as variedades da Concha y Toro e todos os preços, também. Na loja tem taças, lembranças e outros objetos para a casa. Ao lado tem um pequeno restaurante, com mesas também ao ar livre e um cardápio pequeno, mas bem gostoso. Provei a empanada tradicional (por 18 reais). Vale a pena pedir mais uma taça ou uma garrafa e apreciar a comida e degustar o momento.
Programe-se:
É preciso reservar o tour no site da Concha Y Toro pelo menos 24h antes e já escolher o horário e a língua. Sugiro reservar próximo ao meio dia no inverno e no final da tarde durante o verão. Com a reserva no celular ou impressa, vá até a bilheteria, logo depois do portão principal. Eles aceitam cartão e tem estacionamento gratuito.
Lembre-se que o tour tradicional leva uma hora e pouco e reserve mais tempo para visitar a loja e o restaurante. Tem guia em inglês, espanhol e português e é necessário escolher a língua no momento da compra.
Como chegar:
Se você quiser economizar e não pegar táxi ou serviço no hotel, pegue a linha 1 do metrô, que é a Vermelha no centro da cidade até Estação Tobalaba. Ali você precisa trocar de trem e pegar a linha 4 Azul até a Estação Las Mercedes. Isso dá quase uma hora ou mais.
Quando desembarcar, é necessário pegar um táxi até a vinícola para ser mais rápido, cerca de 15 minutos. Ou, se tiver tempo, pode pegar o metrôbus nº 73, 80 e 81, cerca de 25 minutos. O táxi do centro até a vinícola levou uma hora e custou $50 dólares para 4 pessoas. Ele esperou todo o tempo no carro e nos levou para o hotel novamente. Preço de março de 2018.
Mais sobre o Chile:
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