Saint Louis, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, me surpreendeu pela beleza, organização e quantidade de atrações. Não é uma cidade muito famosa entre os brasileiros, mas sempre recomendo como um destino do estilo bom, bonito e barato. Foi de lá que saiu a expedição dos americanos para atravessar e explorar o oeste do país, ainda quando Thomas Jefferson era o presidente.
Por conta deste movimento, o maior símbolo da cidade é o arco, chamado Gateway Arch, com 192 metros de altura. Ele representa a porta de entrada do desenvolvimento da região oeste. A cidade fica às margens do Rio Mississipi, faz divisa com Illinois e fica cerca de cinco horas de Chicago.
Fomos para lá duas vezes (em 2015 e 2016) passar o final de semana e acredito que em três ou quatro dias você consegue ver tudo que a cidade oferece. E eu garanto: ela surpreende! Segue aqui o roteiro que fizemos e boa viagem!
Primeira noite: bom apetite!
Chegamos na sexta-feira e fomos direto conhecer um restaurante tradicional italiano chamado Charlie Gitto’s. É de uma família da cidade e eles possuem mais de um restaurante, mas com o mesmo nome. Massas, pizzas, pratos para crianças e também vegetarianos. Um dos restaurantes desta família fica no bairro The Hill, famoso pela culinária italiana. Lá você encontra várias opções de restaurantes e bares. Depois do jantar fomos para o hotel descansar da viagem. Na cidade tem várias opções de hotéis, para todos os bolsos.
Sábado ou primeiro dia:
Depois do café da manhã do hotel, fomos caminhar pela regiao central da cidade. Passamos no prédio da Union Station, uma estação de trem de 1894, que é patrimônio histórico do país. Ela foi uma das mais movimentadas estações de trem da época em todo o território americano. O prédio é conservado e lindo.
Caminhando mais uns 20 minutos pouco chegamos no City Garden, um parque na região central da cidade, perto do arco, onde várias esculturas ficam espalhadas em um jardim. Lá tem fontes de água, esculturas, instrumetos músicais, bancos ao ar livre… ideal para famílias, casais, grupos. Vale a visita. E é caminho para o arco. Ele é mantido pela Gateway Foundation, que financiou a restauração desta área verde justamente para deixar a região do arco mais bonita e arborizada.
O passeio é totalmente de graça, fica aberto o ano todo e dele a gente consegue ver o arco e outros prédios históricos. Um deles é é a Old Cathedral, ou Basílica de St. Louis Rei da França. Ela existe desde antes de 1764 e até hoje recebe visitantes e fiéis. Mas o mais importante, é a Old Courthouse, construída entre 1839 e 1862. Antigamente era a casa do governo e hoje abriga um museu sobre a história da cidade.
É ali, também, que a gente retira os ingressos para o arco e consegue ver o tamanho do elevador. SIM! Este elevador da foto é o elevador que nos leva até a parte mais alta do arco.
A visita ao Arco:
Caminhando com calma por cerca de uma hora, a gente chega até o Jefferson Memorial, que é uma praça bem bonita onde fica o Gateway Arch. o arco completou, em 2015, 50 anos. Foi planejado e construído pelo arquiteto Eero Saarinen. Tem 192 metros de altura e a mesma distância de uma ponta a outra, no chão. A construção do arco começou em fevereiro de 1963 e terminou em outubro de 1965.
Nas duas vezes compramos os ingressos pela internet. Custou, na época, $13 dólares por pessoa. Na hora da compra você escolhe um horário de visitação. Eles recomendam chegar 15 minutos antes do horário marcado.
O ingresso você retira antes no prédio Old Courthouse. Você precisa ir para a parte subterrânea do arco e vai passar por um detector de metais até chegar numa área grande. Ali tem banheiros, um museu sobre toda a história da expansão para o oeste, chamado o Museum os Westward Expansion e uma lojinha com lembrancinhas, livros e objetos de decoração sobre o arco. Reserve um tempo depois da visita para conhecer este espaço.
Na hora do seu passeio o guia chama e em fila caminhamos até o elevador, que parece um ovo! Um ovo onde cabem no máximo cinco pessoas e todos vão sentados. É um pouco claustrofóbico, mas divertido. Por uma porta de vidro podemos ver a estrutura por dentro. São aproximadamente quatro minutos até chegar ao topo, onde podemos observar a cidade lá de cima. Outra maneira de subir é pela escada de emergência, que tem 1076 degraus.
Essa sala é pequena e a quantidade de pessoas é limitada. Por isso você escolhe o horário de visitação. Em pequenas janelas a gente consegue ver a cidade de todos os lados. Você fica por lá o tempo que quiser, mas pelo pouco espaço, geralmente as pessoas passam 20 a 30 minutos observando.
Depois de apreciar a vista e tirar fotos, é só pegar o elevador do lado oposto para descer. Mais três minutos dentro do “ovo” e a gente chega no andar do museu. Lá ainda tem uma sala com um vídeo de 15 minutos onde podemos ver a construção e toda a história do arco. Vale a pena assistir. Neste vídeo a gente fica sabendo que o arco tem concreto até os 91 metros de altura e pode resistir a terremotos e ventos de até 240 km/h.
Bar e almoço:
Saindo do arco fomos comer a combinação mais americana possível: hambúrguer e cerveja! Na região do arco existem vários bares e restaurantes, dos mais comuns aos mais chiques. Um dos mais interessantes é o Fox Sports Bar. O tema esportes se destaca por conta do estádio chamado Brush Stadium do time de beisebol da cidade: Louis Cardonals.
Caminhando do arco por alguns minutos, você chega ao estádio. A cidade é famosa pelo esporte e se tiver jogo no dia da sua visita, coloque no roteiro e vá assistir um jogo de beisebol. Essa experiência deixa a viagem ainda mais legal.
Ah, e em frente ao estádio tem o Ballpark Village, um restaurante todo decorado em homenagem ao time. Uma das vezes passamos por lá em dia de jogo e a galera estava realmente animada, mas não ficamos para a festa.
E falando em cerveja:
Depois de passarmos pelo estádio, pegamos um taxi e fomos para o passeio gratuíto na fábrica da Budweiser. Já escrevi sobre isso aqui.
Blues para encerrar
As duas vezes que fomos, ficamos o sábado à noite nos hotéis curtindo a piscina e comendo pizza. Mas, se você tiver fôlego, recomendo ir em um dos vários bares da cidade escutar blues, que é super forte por lá. Tinha na lista: BB’s Jazz e Blues & Soups.
Domingo ou segundo dia:
Depois de um demorado café da manhã, o segundo dia de passeio começou no Zoológico. Na verdade o zoo fica dentro do Forest Park, um pouco afastado do centro da cidade. É a maior área verde da cidade e existe desde 1876. Foi lá que ocorreram as Olimpíadas de 1904. Alguém lembra? Heheh! Além do St Louis Zoo, o parque abriga um museu de arte, um museu de história e outro de ciências.
O zoo é totalmente gratuito. Tem uma área de pinguins, urso polar, elefantes… são 16 mil bichos no total, inclusive bichinhos ameaçados de extinção. O espaço é enorme e dividido em áreas (o passeio demora 3h ou mais!). Eles garantem o título de melhor e maior zoológico gratuito da América. Por ano, o zoo recebe aproximadamente 3 milhões de visitantes do mundo todo. Lá a gente encontra carinho, conservação da vida selvagem, pesquisa e educação.
O espaço é dividio em áreas com animais de uma determinada região do planeta. Em cada área tem praça de alimentação (não recomendo comer lá porque os produtos são caros!), mas para uma água ou sorvete, vale a pena. E também têm vários banheiros públicos no caminho.
Bateu a fome!
Depois de três horas de passeio no zoo, fomos para outra atração da cidade matar o que estava nos matando: a fome! St. Louis é famosa pelo barbecue. Aquele bem americano assado em grelha por hooooras e coberto de molho.
Indico o Pappy’s Smokehouse. Um lugar tradicional, onde você pega uma fila para comprar a porção que deseja. Costelas de carne ou porco assadas acompanham milho, purê de batata, batata frita ou salada. É uma delícia e a gente se lambuza comendo. Em mesas grandes estilo picnic no parque, podemos escolher do molho mais suave ao mais picante.
E na volta para casa… Rota 66
A lendária Rota 66 dos Estados Unidos, que vai de Chicago a Los Angeles, passa por St. Louis. Uma das maneiras de dirigir pela estrada é atravessar a Old Chain of Rocks Bridge, que passa em cima do rio Mississippi e era parte da Rota 66. Nós fomos adiante: a rodovia que liga St. Louis à Chicago atualmente é a Interstate 55. Ela compartilha trechos da antiga Rota 66, porém tem um ar moderno e lembra muito pouvo a histórica rota.
Na hora de voltar para a casa, saimos da Interstate 55 em Mount Olive, IL e seguimos por um trecho original da Rota 66 até a cidade de Lichfield, IL. Na rodovia tem placas, postos antigos e sinalizações no asfalto como essa da foto abaixo.
Mais opções:
Não conseguimos ver tudo que a cidade oferece, mas se você tiver mais tempo, vale a pena conhecer o City Museum: um espaço grande com exposições de arte feitas com materiais reciclados. Dizem que adultos e crianças se divertem muito por lá. Outra ideia legal é fazer um passeio de barco pelo Rio Mississippi. Perto do arco é possível ver diferentes empresas com várias opções de tours.
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