Conhecer Paraty, no Rio de Janeiro, era um desejo que me acompanhava desde a faculdade, se intensificou com o tempo e virou destino de férias em 2021, quando eu estava grávida e a gente buscava por descanso, sem deixar a aventura de lado. E lá fomos nós. Do Rio Grande do Sul saímos rumo ao estado do Rio de Janeiro passando duas noites em Santa Catarina. Em uma madrugada, saímos de Itapema para seguir e chegar em Paraty.
No caminho, passamos por Cunha, em São Paulo. E ali que eu digo que começou a aventura: uma vista linda da serra, pela Estrada Real, com uma natureza exuberante. A distância da cidade paulista até Paraty é de quase 50 km. Tem uma boa diferença de altitude entre elas. Indo devagar, dá para sentir o cheiro da mata nativa da Serra do Mar perto de Cunha e da área preservada do Parque Nacional da Serra da Bocaina, mais pertinho de Paraty. A viagem se torna um passeio com cachoeiras, descidas bem íngremes, algumas curvas e a vista que compensa:
Passeio 1: se perder pelas ruas do Centro Histórico
Como nossa pousada era bem no Centro Histórico, chegamos no estacionamento e lá deixamos o carro por alguns dias. Paraty é uma daquelas cidades para se perder entre as ruas (principalmente no Centro Histórico), comer sem pressa, apreciar a vida.
A calmaria de uma cidade cheia de cachoeiras, com a mistura do mar, passeios de barco e caminhadas pelo centrinho ou trilhas no meio da mata. Tem para todos os gostos e estilos, alegrando todas as expectativas. Diversão para todas as configurações de famílias e grupos de amigos. É demais.
Chegamos perto do horário do almoço e já passamos a tarde perambulando pelas ruas do Centro Histórico, formado por mais de 30 quarteirões, mas com ruas estreitas, de pedra e cheias de charme. Entre uma foto e outra, curtimos a barriga e os detalhes das casas antigas e dos contrastes de cores.
Caminhando por ali é possível conhecer a Igreja de Santa Rita, talvez a mais famosa da cidade e um dos pontos mais conhecidos em fotografias. Ela é de 1722 e o altar se divide com Nossa Senhora da Conceição e à Nossa Senhora do Carmo. Além dela, existe a Igreja de Nossa Senhora das Dores, chamada de Capelinha, de 1800. Foi construída por mulheres.
As ruas mais famosas do centro é a Rua da Lapa e a Rua do Comércio, onde estão a maior parte dos restaurantes e lojinhas. Mas não foque apenas nelas, ok? Em cada canto lá a gente encontra um café, uma casa de artesanato, um sorvete gostoso ou pratos exóticos. Minha dica é: se perca e se deixa levar pela gastronomia e pelos cantos coloridos das ruelas, sem esquecer de apreciar boa música no final da tarde, começo da noite, nas esquinas das ruas famosas.
Passeio 2: Barco para relaxar e se apaixonar
Um dia inteirinho dedicado ao mar. Nada de enjoos (e olha que eu estava grávida!) e sim de uma experiência única e linda. Uma pausa para mergulho no mar verde esmeralda, outra parada para apreciar a beleza das ilhas e praias (são umas 120 no total!) da região de Paraty.
Como estávamos na pandemia e todo cuidado era pouco, preferimos fazer um passeio exclusivo. Só eu, Xande, Lulu e Benício na barriga. O Guilherme, marinheiro e dono do barco, ficou afastado e de máscara. Foi um passeio e tanto. Cinco horas no mar calmo da orla de Paraty com 3 ou 4 paradas. A gente levou comida, água, protetor solar e muita disposição para receber a energia toda.
O bom de fazer um passeio privativo é que você combina com o dono do barco o horário e os lugares. Ele nos buscou pontualmente às 9h e nos ajudou a subir no barco, que estava bem limpo e organizado, além de ter um ambiente em cima coisa mais linda. Deixou a Lulu curtir o passeio, tinha coletes salva-vida, sabia direitinho como “fugir” da chegada dos passeios escunas, cheios de gente. Foi uma experiência boa, com a paz que estávamos buscando.
Para saber mais sobre valores e tamanhos de barco, basta ir no pier, onde tem vários tipos de passeios ou nas agências de turismos no Centro Histórico. Geralmente os preços variam bastante e depende da época do ano. Um passeio privativo começa em 80 reais a hora enquanto a escuna pode ser 80 por pessoa por 4h. Muda a questão da privacidade (ficamos sozinhos em boa parte dos lugares) e também a liberdade de montar o próprio roteiro, já que as escunas sempre têm os destinos fixos.
Passeio 3: Trindade, a linda praia que aceita cachorro
A terceira dica é pegar o carro e conhecer Trindade, uma das praias mais famosas da cidade e que aceita cachorro. Como estávamos com a Lulu, foi nossa opção do dia e não menos linda que as outras. Trindade é uma vila de pescadores que ficou conhecida pela beleza da mata em contraste com o azul do mar, que formam cenários perfeitos para fotos e memórias.
Cerca de 30 km de distância do trevo de acesso à Paraty, a entrada da vila é bem sinalizada e o caminho é pelo asfalto, na BR101. O cenário de filme já começa nesse trajeto de pista simples e rodeado pela mata.
Ao entrar em Trindade, passamos pelo centro estreito com lojas, restaurantes, bares e estacionamentos. Algumas pousadas e muitas opções de lazer. Deixamos o carro no estacionamento perto da Praia do Meio, a mais famosa da região. Dez minutos de caminhada leve, chegamos na areia.
Ela é boa para crianças pela água calma, sem grandes ondas e mais quentinha. Tem uma parte rochosa, onde é possível fazer uma trilha de uns 20 minutos no meio da mata (consegui estando grávida) e de presente você ganha cenários lindos para fotografar, curtir e descansar.
É um espaço quase intocado, com opções de trilhas e contato com a natureza, já que a vila faz parte da Área de Proteção Ambiental do Cairuçu e do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Recomendo!
Um extra: onde ficar em Paraty
Escolhemos a pousada na casa que foi do ator Paulo Autran. A Casa de “Paulo Autran” é muito bem localizada ( menos de 100 metros do cais e da igreja de Sta Rita), tem apenas 3 quartos, uma limpeza impecável e um atendimento carinhoso. A gente se sentiu em casa, mesmo.
Todos os quartos da pousada estão equipados com cafeteira e a Patricia, dona do local, deixa frutas, água e cervejas no frigobar. Um agrado que faz bem. A Casa de Paulo Autran tem terraço, mesas no jardim interno, mesa ampla na cozinha e uma sala gostosa no meio disso tudo. Valeu muito nosso momento neste local, por isso sempre recomendamos. Ah, e aceitaram a Lulu. Todos os pets são bem-vindos 🙂
Se você gostou de Paraty, vai gostar também de Colonia del Sacramento, no Uruguai.
E ainda tem nosso passeio na Praia Grande, no Arraial do Cabo, também no Rio de Janeiro.
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